A remoção da tarifa antidumping sobre o leite europeu e neozelandês, anunciada em fevereiro pelo governo brasileiro, não impactou o volume de lácteos importados pelo Brasil até o momento. Em boletim mensal do setor, o Departamento de Economia Rural da Secretaria de Agricultura do Paraná (Deral) ressalta que, diferentemente do que se esperava, o volume adquirido da Europa caiu nos seus primeiros meses deste ano quando comparado a igual período de 2018.
“Mesmo após a retirada das tarifas “antidumping” da União Europeia (UE) e Nova Zelândia o grande volume de lácteos importados pelo Brasil, continua sendo proveniente da Argentina e Uruguai”, ressalta a instituição. Dados do Ministério da Agricultura citados pelo Deral apontam que as importações brasileiras de lácteos da Europa caíram 16% em valor e 22% em volume no primeiro semestre.
No caso da Nova Zelândia, contudo, houve aumento de 43% no valor de importação do Brasil e de 46% no volume, com 2,79 mil toneladas. O montante, contudo, representa apenas 5% do total importado no período. “Em contrapartida, o volume
importado da Argentina no primeiro trimestre de 2019 representou 51% do total adquirido e as importações do Uruguai em
igual período representaram 30%”, lembra o Deral. Somados, Europa e Nova Zelândia atenderam a 14% das importações brasileiras.
Em seu boletim, o Deral ressalta que “o grande volume de lácteos que têm entrado em nosso país, vêm prejudicando já a alguns anos o setor internamente”, sobretudo por conta dos preços mais competitivos, reflexo dos menores custos de produção enfrentado pelos pecuaristas de outros países.
O órgão lembra, contudo, que o governo tem adotado ações para mitigar os efeitos danosos da importação, mas que é preciso trabalhar aspectos sanitários, qualitativos, logísticos e de relações comerciais externas. ” Neste contexto certamente a abertura da China para nossos lácteos certamente virá a contribuir”, afirma o boletim do Deral.
Via portal DBO